Uma pesquisa realizada pelo Idec, ONG de Defesa do Consumidor, com 509 produtos de higiene e cosméticos, limpeza e utilidades domésticas com alegações socioambientais em seus rótulos apurou que 47,7% não são realmente ecologicamente corretos.
O resultado foi encontrado após a análise dos rótulos de produtos das três categorias, vendidos nas cinco principais redes de supermercados do Brasil, em unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Após a identificação da presença do argumento socioambiental, a instituição verificou a veracidade e a pertinência das informações e checou cada item com as empresas fabricantes.
Cada irregularidade constatada foi enquadrada nos padrões do “greenwashing“, um “banho verde” dado pelas organizações com a apropriação indevida de preceitos e conceitos socioambientais em seus produtos ou serviços.
Riscos
O tipo de problema mais identificado nos rótulos analisados foi o item “sem provas”, encontrado em 168 casos, relacionado a produtos que se dizem ambientalmente corretos, mas não apresentam provas como laudos e relatórios técnicos.
Em segundo lugar, ficou “irrelevância” da informação, que ocorre quando a alegação até pode ser verdadeira, mas não é importante para o consumidor que procura uma opção com vantagem ambiental.
Já em outras 65 embalagens foi identificada “vagueza e imprecisão”, que ocorre pelo uso de expressões mal definidas e amplas ou de difícil compreensão ao consumidor, como “amigo do meio ambiente”, “sustentável” ou “natural”.
A pesquisadora do Idec alerta para o risco que uma informação enganosa pode causar para o consumidor.
“Muitas empresas colocam determinadas marcas ou selos no produto sem nenhuma rastreabilidade ou credibilidade, induzindo os consumidores a acreditar em algo que não tem fundamento. Essa pesquisa é mais uma ferramenta para alertar o consumidor a ficar atento na hora de fazer suas escolhas”, alerta.
Fonte: Consumidor Moderno