Desde que a quarentena começou, as pessoas precisaram se adaptar a uma nova rotina e novos comportamentos. A preocupação constante com a higiene das mãos foi uma das primeiras mudanças percebidas. Com a preocupação em se manter limpo e longe de uma contaminação, o álcool gel chegou a ficar em falta em supermercados e farmácias durante semanas.
Hoje, após meses de isolamento social, é possível perceber outras mudanças comportamentais na população: alguns não estão mais tão preocupados com a situação. Outros fenômenos que estão afetando as pessoas são o cansaço da quarentena e o tédio durante o período, fazendo com que os cuidados sejam deixados de lado.
O problema se baseia no fato de uma parte da sociedade não dar a devida importância à prevenção de doenças. Ou seja, não se preocupar em se prevenir e acabar colocando sua vida em risco de contaminação ou também em prevenir que outras pessoas se contaminem – um sentimento de sociedade e solidariedade. Algumas hipóteses para essa mudança de comportamento podem ser: não entender que a prevenção é tão importante quanto a remediação, a dificuldade de manter uma frequência dos hábitos, descrença nas orientações, exaustão da quarentena, entre outras.
As mudanças para se adequar a este novo cenário ocorreram rapidamente, de forma obrigatória e sem previsão de fim, inviabilizando às vezes a aceitação pelas pessoas. Além disso, são práticas de segurança bem detalhistas e até “chatas” de seguir. Por isso, é importante entender que devemos nos cuidar, e tentar fazer de uma forma mais prazerosa, leve, e na maioria dos momentos porque, para a mente aderir um novo hábito, é necessário compreender que aquilo é benéfico, que tenha um propósito e que seja repetido pelo menos 21 dias seguidos.
A mudança de comportamento pode ser influenciada a partir da instrução e conhecimento adquirido, ou seja, espera-se que quanto mais informação melhor será os comportamentos. Entretanto, não é isso que vemos em cem por cento dos casos. Pois, há ocasiões em que as pessoas têm instrução adequada, mas não executam por suas crenças limitantes, conceitos, falta de confiança, achismos.
Isso acontece porque temos dificuldade de lidar com frustração, erros e falhas. Quando iniciamos um projeto estamos cheios de expectativas, motivação, empenho e com o foco no resultado que nos inspira. Porém, ao longo do processo, passamos por falhas esperadas, porém, não elaboradas. Com isso, jogamos fora todo o trabalho que conquistamos até aquele momento por apenas um dia não executado, por exemplo. Portanto, a volta da motivação se dá primeiro pela aceitação de que a tentativa de executar qualquer projeto tenha como possibilidade o erro e o acerto; e segundo não desistir de continuar por apenas uma falha, reconhecer todo o esforço realizado e aproveitá-lo para se motivar a seguir em frente, até porque há novas oportunidades de continuar no dia seguinte.