Como identificar se você está com coronavírus ou sofrendo crise de ansiedade

Vivemos tempos inusitados. Com o novo coronavírus continuando a se alastrar pelo mundo, muitos de nós estamos atolados em um ciclo de ansiedade e medo. Aquele aperto em seu peito e aquela falta de ar são apenas sinais de seu corpo reagindo à incerteza reinante, ou será que você contraiu a covid-19?

Alguns dos sintomas associados à ansiedade e à covid-19 podem coincidir. Por essa razão, no momento em que você sente que está perdendo o controle, pode ser difícil saber ao certo o que você está tendo de fato. Veja o que é preciso saber.

Sintomas de ansiedade vs. sintomas de covid-19

“Existem alguns sintomas da covid-19 que coincidem com sintomas de ansiedade: falta de ar, aperto no peito, perda de apetite e diarreia”, disse Kate Denniston, médica naturopata da Los Angeles Integrative Health. Embora a dificuldade respiratória seja um dos principais sintomas conhecidos tanto da ansiedade quanto da covid-19, há algumas coisas essenciais que ajudarão você a diferenciar entre as duas coisas. Para entender melhor o que você está enfrentando, a sugestão de Denniston é que você tire alguns momentos para se centrar em si mesmo e tentar identificar no que estava pensando e o que estava fazendo antes de seus sintomas aparecerem.

“Talvez você estivesse prestando atenção às notícias, aos problemas financeiros ou estivesse preocupado em encontrar os produtos de supermercado que você precisa”, ela disse. “Você tem um histórico passado de ansiedade? Se sim, compare o que está sentindo agora com a ansiedade que já sentiu no corpo em outras ocasiões.”

Se você conseguiu se acalmar nesses poucos minutos e voltar para um padrão respiratório regular, talvez não esteja lidando com o coronavírus.

“A falta de ar ligada à covid-19 é progressiva e, sem assistência médica, pode se agravar em questão de horas a dias, até colocar a vida do paciente em risco”, disse Sarah Johnson, diretora médica da Landmark Recovery.

Outro autoexame rápido que você pode fazer é tentar falar, recomendou Anthony Freire, diretor clínico e fundador do Soho Center for Mental Health Counseling, em Nova York. Freire, cujo médico acredita que ele contraiu o vírus e se recuperou, disse que o mais difícil foi enfrentar a dificuldade respiratória.

“A sensação é igual à ansiedade. A garganta fecha, você não consegue inspirar ar suficiente, sua respiração fica superficial”, ele disse. “Se você estiver sentindo falta de ar, telefone a alguém. Se conseguir falar e a pessoa conseguir entender o que você diz, e você não estiver ofegante, então o mais provável é que seja ansiedade.”

Outra maneira de diferenciar entre a covid-19 e condições com sintomas semelhantes inclui a presença de febre persistente, geralmente superior a 37,8 graus centígrados.

“Com a covid, você pode apresentar outros sintomas também que não estarão presentes em um ataque de ansiedade: tosse seca, dores diversas, cansaço e congestão”, disse a terapeuta Ibinye Osibodu-Onyali, de Murrieta, Califórnia.

Como lidar com a ansiedade em torno do coronavírus

Para começar, entenda que você não está só nesta luta e que sentir ansiedade neste momento é absolutamente normal.

“Um pouquinho de ansiedade é uma coisa boa, porque te mantém alerta”, disse Osibodu-Onyali. “É a maneira que seu corpo tem de te proteger.”

É esse pouquinho de ansiedade que “levará você a lavar as mãos, ficar em casa e ficar preparada”, ela disse.

“Se você não sentisse ansiedade alguma, provavelmente desistiria de respeitar o distanciamento social e se colocaria em risco”, ela prosseguiu. “Diante de uma situação nova e inusitada, é totalmente normal ficarmos em alerta. A ansiedade ocorre em função de todas as incógnitas: não há cura conhecida, não temos como prever quando o distanciamento social vai terminar, não temos experiência anterior com uma pandemia.”

A terapeuta ofereceu algumas sugestões para ajudar as pessoas a lidar com a ansiedade vivida neste período:

Crie um cronograma para você seguir.

De uma hora para outra, milhões de pessoas de repente tiveram que começar a trabalhar de casa, enquanto seus filhos têm aulas à distância. Não passe o dia de pijama. Trace um cronograma para você e sua família e siga-o.

Desligue os jornais por algum tempo.

Muitas pessoas ficam acompanhando as notícias 24 horas por dia. A única coisa que isso faz é intensificar sua ansiedade. Se você passa seu dia pensando na covid, começa a ter a impressão falsa de que essa é a única coisa importante no mundo. Dê uma folga a si mesmo.

Volte sua atenção ao que você pode fazer de concreto.

Há muita coisa que não sabemos neste momento. Mas você pode controlar o tipo de pessoa que pode ser durante tudo isso: uma pessoa que segue as recomendações dos médicos e cientistas, que arranca um sorriso de outras ao postar mensagens positivas nas redes sociais, que mantém contato com seus entes queridos e que estrutura sua vida em casa.

Medidas de prevenção do coronavírus que valem a pena ser tomadas

Enquanto você se esforça para controlar a ansiedade, não se esqueça de também se proteger contra a covid-19, adotando as medidas de saúde necessárias.

A estas alturas você certamente já sabe o que deve estar fazendo para evitar ser contaminado pelo vírus –como lavar as mãos com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, não tocar o rosto com as mãos não lavadas e limitar seu contato com outras pessoas, através do distanciamento social. Mas não se esqueça de cuidar bem de você mesmo, também.

Procure se alimentar de modo saudável, recomendou Linda Anegawa, médica da plataforma de telessaúde PlushCare. Durma pelo menos sete horas por noite e, quando puder, especialmente quando o tempo estiver bom, faça caminhadas ao ar livre, respeitando o distanciamento social. Denniston acrescentou que expor-se ao sol, de modo a receber vitamina D, ajuda a nos manter saudáveis.

Se você estiver enfrentando sintomas ligados à covid-19, telefone ao médico ou faça uma consulta telefônica antes de ir ao hospital. Monitore sua temperatura corporal e quaisquer outros problemas que esteja tendo, para poder transmitir essas informações a um profissional.

Mas, segundo Johnson, há alguns casos em que a recomendação é procurar ajuda médica imediatamente.

“Os sintomas indicativos de uma emergência médica, que exigem assistência médica imediata, incluem dificuldade respiratória, confusão, febre alta e mudança no status mental”, ela explicou. “Indivíduos que tenham problemas de saúde anteriores – como diabetes, desordens autoimunes e doenças cardíacas, ou pessoas das faixas etárias de mais alto risco – devem consultar o médico ao primeiro sinal de possível infecção.”

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